sexta-feira, 8 de agosto de 2008

X-Files: I want to believe


Queria eu também acreditar que quase uma década para escrever um guião seria sinónimo de um enredo envolvente, de pregar ao ecrã do início ao fim, carregado de mistério e leves incertezas que nos acompanhariam no regresso a casa, fazendo as enferrujadas rodas dentadas cerebrais girar.

Sinto-me defraudado e escrevi um e-mail a sr. Carter reclamando o meu dinheiro de volta, que X-Files sem ETs e familiares - somente com um carinhoso professante da fé Cristã via rectal a meninos armado em médium, um punhado de russos feios e uma balela qualquer de células estaminais -, com uma realização medíocre, múltiplos pequenos desfechos a velocidade-relâmpago e previsibilidade nevando a potes, é "pouco, pouco!".

Valeu somente para recordar os bons velhos tempos colado à TV, devorando avidamente os episódios das duas primeiras temporadas e meia, mais temporada menos temporada, pela pinta visual de David Duchovny e Gillian Anderson, ligeiramente erodidos mas enrodilhados na mística própria dos personagens e na simbologia sexual que adquiriram, pelos olhinhos de Amanda Peet - podia morrer empalada de outra forma e aqui noutro sítio...- e pela pitada de humor, quanto a mim o ponto alto do filme, quando focam um retrato de Jorge Arbusto e passam o início do genérico (também aqui vou exigir dinheiro a mr. Carter, que já na faculdade usávamos tal sempre que as sobrancelhas do Migueles faziam a sua assombrosa aparição. Ya, ya, que se lixe lá o facto de a musiquinha ser "dele" e que se forniquem também essa escória a que chamam direitos de autor!).
Muito bom para uma hora e quarenta e cinco de película...

De X-Files a Zé-Files versão 2008

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