
Queria eu também acreditar que quase uma década para escrever um guião seria sinónimo de um enredo envolvente, de pregar ao ecrã do início ao fim, carregado de mistério e leves incertezas que nos acompanhariam no regresso a casa, fazendo as enferrujadas rodas dentadas cerebrais girar.
Sinto-me defraudado e escrevi um e-mail a sr. Carter reclamando o meu dinheiro de volta, que X-Files sem ETs e familiares - somente com um carinhoso professante da fé Cristã via rectal a meninos armado em médium, um punhado de russos feios e uma balela qualquer de células estaminais -, com uma realização medíocre, múltiplos pequenos desfechos a velocidade-relâmpago e previsibilidade nevando a potes, é "pouco, pouco!".
Valeu somente para recordar os bons velhos tempos colado à TV, devorando avidamente os episódios das duas primeiras temporadas e meia, mais temporada menos temporada, pela pinta visual de David Duchovny e Gillian Anderson, ligeiramente erodidos mas enrodilhados na mística própria dos personagens e na simbologia sexual que adquiriram, pelos olhinhos de Amanda Peet - podia morrer empalada de outra forma e aqui noutro sítio...- e pela pitada de humor, quanto a mim o ponto alto do filme, quando focam um retrato de Jorge Arbusto e passam o início do genérico (também aqui vou exigir dinheiro a mr. Carter, que já na faculdade usávamos tal sempre que as sobrancelhas do Migueles faziam a sua assombrosa aparição. Ya, ya, que se lixe lá o facto de a musiquinha ser "dele" e que se forniquem também essa escória a que chamam direitos de autor!).
Muito bom para uma hora e quarenta e cinco de película...
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