terça-feira, 26 de agosto de 2008

Nomes e mais nomes

Roça o bizarro o facto de, por estas coordenadas geográficas, uma altíssima percentagem das pobres recém-crias do sexo masculino estarem votadas ao triste Fado de um registo civil como Salvador, Tomás ou Martim, todos eles nomes horrendamente abetalhados e bastante apaneleirados, excepção feita, neste último ponto, ao nome que figura entre os outros dois, que, por direito adquirido há um punhado de mãos-cheias de anos atrás, se associará irremediavelmente e ad aeternum – tanto quanto eternas forem a geração de 80 e anteriores - a uma aura de masculinidade Taveiresca honorável, pese, não obstante, o paradoxo gerado entre este factor e a componente de betice pois, e é do conhecimento geral, têm por norma tais figuras uma abundante falta de força na verga e excessivo prurido nalgueiro, compensando frequentemente com o acenar ostensivo de notas ou extractos bancários chorudos de forma a se “apoderarem” de gado bem bom que sábia e matreiramente, intrínseco ao género, faz por lhes sugar alarvemente, bem mais que as amostras de silardo, os antigos cifrões, retribuindo com um bonito ornar ramificado de testa.

De facto, há dias em que observo, no papel ou em forma ainda de ideia, contudo bem impressa naquelas papas cerebrais pequeninas, que 3 ou 4 da média de 5 nascituros-pila diários irão gostar de apanhar no rabo logo desde tenra idade, fruto de uns inexoráveis crescimento e desenvolvimento sob o obscuro manto de tais nomes próprios, d’um leito imoldável traçado no momento do “acto baptismal”. Cedo me questionei sobre tal atrocidade castradora e a hipótese diagnóstica posta foi à velocidade de uma bala: consequência de visionamento de novelas e plasticidade cerebral – leia-se, influenciabilidade demencial – elevadíssimas.

Tão certo que estava de tal associação directa entre anormalidade e TVI ou afim, que TV já é tudo a mesma merda, que não me dei a horripilante trabalho de a confirmar por iniciativa própria, tendo o acaso proporcionado, aliado ao costume que os meus mais velhotes têm de se sentar frente ao ecrã televisivo em período pós-jantar/pré-ressonanço (estou em crer que somente por falta de Sol para calcorrearem as terras ou acesso impossível aos veículos da moda de entretenimento, tais como internet, disputecas ou pastilhame – ou então porque o aquecimento para o sono verdadeiro e merecido lhes é tão essencial como pão à refeição -), tão patognomónico sinal de que estas gentes são demasiado transparentes no que toca à falta de intelecto: o “Salvador” é um tal de Pedro Granger, o “Tomás” é um outro personagem bonzinho da mesma diarreia guionística causada pelo mesmo agente patogénico que tantas outras, contudo iguais, causou; o “Martim”, esse, não cheguei a descobrir ou sequer perguntar de quem se “trata” mas deve ser um “Merangue” ou pilha de bosta que o valha. Assim se conclui, em adição, que os Salvadores são os primeiros a não salvar a auto-integridade esfincteriana, em sprint muito renhido com o fruto-vermelho e o outro machacaz pelo troféu de cagar grossinho mas mole e de levar uns cachaços potentes logo na pré-primária.

Muy contente estou por minha estimada Mãe não ser apreciadora de novelas nem fenómenos musicais de época, para não mencionar o facto de ter bem, bem mais que um par de neurónios fazendo comunicação entre mácula, labirinto do ouvido interno e espinal-medula, que não estou aqui para insultar ninguém em forma de comparações, pois, caso contrário, chamar-me-ia Marco Paulo ou qualquer pirosada desse calibre.
Não que alterasse grandemente o que realmente importa, que daria de igual forma, embora mais extensa, para criar um espaço – e, estranha e admiravelmente, ainda está disponível! – virtual de endereço colossalmente catita, tipo “queresxupahloaomarcopaulo.blogblablabla.blablabla”; alterava, isso sim, a vossa convicção inabalável no que me querem chupar, criando a dúvida se não seria, nesse hipotético caso, um coto peniano ou um saco escrotal vazio.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Tropa de Elite

Férias são férias e actualizar-me sobre aquilo que por aí sai é um enche-calendário razoável a par de pedalar, ver pedalar e olimpicar no sofá.

A música-merda da Queima deste ano fu(n)ka tudo quanto é cérebro funcionante, activando o reflexo do vómito, e deixava-me um pouco receoso de deixar invadir o LCD pelo filme correspondente, tenho de ser sincero, apesar das veementes recomendações de um estimado e excelentíssimo Catsone, a quem agradeço, singelamente, a possibilidade de o ver envolto no conforto do sofá. No enquadramento do filme, todavia, mais que tolerável, é fabulosa.

O filme, resumindo, delicioso: forte, cru, cruel e violento retrato e dura crítica a um sistema-novelo quase impossível de desenlear; homenagem agri-doce aos frios heróis que o tentam combater a sacrifício de tudo e tanto. Desempenhos muito bons e que me deixam admirador de um bando de até então por mim desconhecidos, esperando que não caiam no esquecimento do público e indústria cinematográfica como os senhores e cachopos de “Cidade de Deus”.



Entra directamente para os lugares cimeiros da minha lista de favoritos. A must see.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

The Dark Knight

Filmes envolvendo o morcego-humano eram, até ao excelente “Batman Begins”, algo impossível de visualizar de inicio ao fim sem recorrer a meia garrafa de vodka rasca do Lidl para distorcer imensamente a voz intrusiva que teimava em ecoar na cachola chamando-nos um jumento puro e coberto de moscas e, consequentemente, a uma sala de transplantes hepáticos pois é sabido que a Rachmaninoff tem igual teor de etilenoglicol e de álcool etílico 96% v/v mal homogeneizado em água.


As expectativas e ganas de ver a sequela eram esmagadoras, pois juntava-se novamente Christopher Nolan como maestro e Christian Bale como violoncelista, grave, puro, poderoso.
Não saíram defraudadas, confesso, mas por razões distintas: a história em si não traz nada de novo e o papel de Bale nem por isso é cativante ou merecedor de forte empatia do público – uma espécie de puta melancólica e deprimida vestida de preto-kinky-; já o falecido Heath Ledger, esse, tem um desempenho de se lhe tirar o –julgo que os termos actual são- boné mitra, enchendo a sala de brilho numa interpretação soberba de um personagem caoticamente genial, tão grotesco quanto vilmente admirável. Nolan não deixa os créditos por mãos-alheias e faz um óptimo trabalho, podendo ter, contudo, descomic-bookzado um pouco duas ou três cenas, destacando-se o flick da Bat-Mota e o Two-(Mummy wanna-be)-Face.
Um bilhete bem valido.


Why so serious?

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Wanted

A publicidade pré-lançamento passada nos cinemas não fazia antever grande película, uma espécie de Matrix regado com azeite e povoado de assassinos-maravilha, 500 cavalos de Víbora em manobras impossíveis e Angelina Jolie.

Se a porção inicial fez, de facto, relembrar o mítico e então inovador matrix, sem, contudo, o estilo avantgard estranhamente charmoso das vestes e não só de Keanu Reaves, Carrie-Ann Moss e Laurence Fishburn, com saltos e tiros fisicamente impossíveis, daí em diante entra-se numa mistura com o universo dos vídeo-jogos - com bullet-time-combos, acicatadores de vontade nostálgica de jogar de novo Max Payne (já saía a terceira versão, agora que a gráfica ainda aguenta. Soube recentemente que sairá em filme... Medo!) , e de Tomb-Raider - e de lugares-comuns com deixas tão pouco profundas quanto caralhentas. Previsível o desenrolar? Nada comparado com o desenlace.
Nem a cena em que se vislumbra aquilo que é, supostamente, o cagueiro da Sra. Pitt salva o filme, que tanta boca para alimentar tem como resultado um corte na ração própria nos tempos de vacas-magras que atravessamos, estando mais escanzelada que um rafeiro tinhoso, o que poderá ser também, e se pensarmos bem, fruto do desejo sexual que Brad causa em qualquer ser-vivo, mais que não seja de lhe afagar o cabelo dourado rebelde. Mas as ventas, senhores!, as ventas continuam a criar vontades estranhas de rasgar o forro dos bolsos e manter lá as mãos acatísicas. Roinc!

Mau que é, sempre deu para entreter nas duas horas que antecederam o terrível e obrigatório “picar” do dedo à uma da matina… Quando estrear, e se tiverem amor aos vossos oitocentos paus, gastem-nos em cerveja e tremoços que ficarão, garanto-vos, mais bem-dispostos convosco próprios.

“What the fuck have you done lately?” Gastei duas horas em que podia dormir em cima de uma secretária ou marquesa-da-perna-aberta…

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Dilemas existenciais sobre higiene oral

Cara cambada que perde tempo precioso a visionar este cantinho, hoje coloco-vos uma questão pertinente acerca de higiene dentária e, pelos vistos, não só: será a melhor Oral-B ou Braun?



Parece que, afinal de contas, a Oral-B leva vantagem no campo de novas aplicações. Usem e abusem, meninos e meninas!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

(Des)contando vidas

Muitas me chamam gatxinho, ficando eu envergonhado por pensar que é por fazer questão não cortar as unhas mais de uma vez por mês e de as trazer bem longas e tingidas de verde-acastanhado, especialmente a do 5º dedo, que uso tanto para limpar os ouvidos como para coçar cu e períneo, ou, então, por tentar lavar os tomates com a língua.

Hoje, golpe de clarividência, eis o porquê: vinha descansado na A1, seus 110-130 km/h consoante ultrapassava ou não, que S. Pedro decidiu regar-nos a todos com urina bem diluída em pleno (suposto) pico de Verão e os pedaços de plástico a que um dia chamaram pneus que trago montados na carrinha PDT2 são autênticos homicídios em potência, acabado de ultrapassar um par de camiões lentos, comitiva toda atrás e já pela esquerda, quando, aparentemente do nada, surge uma nuvem de pó claro vinda do separador central e aquilo que parecia ser um bloco de cimento, bem grande e energicamente saltitão, ressaltando primeiro na faixa da esquerda, depois na da direita, bem alto e à minha frente.
"Hum, filme de acção com cena de perseguição em AE logo pela manhã... Demasiado batido!" Num ápice passa a "Eh caralho, o actor sou eu!" e enche-se-me o corpo de catecolaminas, vislumbrando pelo canto do globo ocular um carro pela esquerda, uma berma não muito larga à direita e um rail metalicamente ameaçador, a alma de uma sensação de impotência que se confunde com resignação: "Estou fodido, sem sítio por onde fugir. O que tiver de ser, será".
Pé no travão, não muito pesado, que gramar com seis ou sete no cu de uma vez só deve deixar marcas e fica-se com um andar novo, por certo - isto de trânsito compacto e incumprimento de distância proporcional à velocidade e condições atmosféricas é uma merda.
Inspira-se profundamente, sustem-se a respiração nos milésimos temporais que restam até à colisão, o tempo abranda...
Bum!!, bate na frente; não há estilhaços de vidro nem uma nova cabeça de cimento. O cockpit-fortaleza permanece impenetrável, fruto de um rasgo de sorte no meio do improvável e hollywoodesco azar de cruzar, no preciso instante, a linha de fogo de um pobre desgraçado ou desgraçada que embateu no rail central no sentido oposto e projectou betão. What are the odds?
O tempo psicológico reaproxima-se do tempo real, os pulmões descomprimem, a carrinha encosta à berma, amassada um pouco por toda a frente e com especial atenção no lado do condutor, verte fluido de refrigeração não muito refrigerado, como natural é, e a partir daí segue-se um encadear fastidio-dispendioso de telefonemas, procedimentos policiais -bem simpáticos, por sinal, contribuindo para não lhes fazer piretes sempre que passo por uma BT, Ali G style, daqui em diante-, reboque, seguros e carro de substituição.

Bottom-line is: no curto par de segundos, era menos uma mísera fracção e teria apanhado o calhau no apogeu da sua ascensão e nem o melhor Giro integral me safava de "marrar contra um (poste de) cimento". É exasperante sentir um bichano de capa preta escondido na mala, desejoso de afiar a gadanha. Foi a segunda vez dentro de um carro, a primeira muito por minha inconsciente e física-aplicada-a-carros:ignorância-pura culpa; desta feita não, o que torna tudo muito mais injusto e quase revoltante.

Os gatos lusos diz-se terem 7 vidas; os saxónicos insulares do século X e seus descendentes e associados, 9. Um Felis domesticus tem, portanto, uma média de 8 vidas.
A questão que se ergue é, contudo, quantas caberão no volume mais diminuto de um gatinho. A avaliar pelos que são passados a ferro à entrada do quintal na santa terrinha, poucas.
Já gastei duas: convirá não abusar, nem sequer no infortúnio.

sábado, 9 de agosto de 2008

BOOM Festival

Tentativa gorada de apreender estupefacientes em Idanha-a-Nova.
Não houvera eventual fuga de informação e não teriam fumado, snifado, engolido, injectado e escondido no cu sofregamente um stash suficiente, por certo, para abastecer a Grande Lisboa, provavelmente por um mês, nos cinco minutos que antecederam a chegada da GNR.
Guardas contentes, pois então, só à base de álcool que, desta vez, não há cá charros para ninguém!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

"A intervenção foi 100% bem sucedida"

Terá tal moda começado, e que me lembre, após um episódio quase mítico de um indivíduo que de subtil pouco tinha, fechado numa casa-de-banho (há que começar sem grandes pretensiosismos e com metas plausíveis) e exprimindo-se de forma quase musical, tanto que deu material para refrão a umas quantas faixas de Techno/Dance de companheiros de vida despreenchida e cheios de tempo. Alguns se seguiram mas sem metade do mediatismo.

Relativamente a esta última tomada de assalto a instalações esverdeadas, discordo dos ditos cem porcento em termos de eficácia, caríssimos; não sobreestimem o vosso desempenho. Pelas minhas contas, 75%. Ora contem comigo: eram dois pedaços de escumalha e limparam o sebo a um deles - 50%; enfiaram uma bujarda no restante mas o dito gasta agora, valentemente, dinheiro dos contribuintes instalado num Hospital. Vendo bem as coisas, 70% no máximo.

Seria de esperar um pouco mais de vontade sanguinária, senhores, após anos e anos a matar bonecos e a esburacar pedaços de cartão com desenhos circunferenciais! Pelas imagens, foi uma corrida atabalhoada para a estreita entrada do estabelecimento como se estivessem a dar amendoins ou tremoços com sal pouco refinado, o que levaria a crer -e que foi, consequentemente, acto gerador de muitos sorrisos malévolos- que não sobrariam sequer as ossadas para contar a história. Não podiam ter feito o gosto aos dedos e a todos quantos seguiam a transmissão, género Big Brother, e enchido o parzinho de doces flores (recém-defunto incluído), gente de bem, de grossas esferas de chumbo? Oh, assim não brinco e já não sou mais vosso amigo!

Um "Bom -" na pauta de bom exemplo. Precisam-se repetidamente e aumentando a taxa de sucesso, que quem vive de expedientes já me começa a causar um certo fastio.

X-Files: I want to believe


Queria eu também acreditar que quase uma década para escrever um guião seria sinónimo de um enredo envolvente, de pregar ao ecrã do início ao fim, carregado de mistério e leves incertezas que nos acompanhariam no regresso a casa, fazendo as enferrujadas rodas dentadas cerebrais girar.

Sinto-me defraudado e escrevi um e-mail a sr. Carter reclamando o meu dinheiro de volta, que X-Files sem ETs e familiares - somente com um carinhoso professante da fé Cristã via rectal a meninos armado em médium, um punhado de russos feios e uma balela qualquer de células estaminais -, com uma realização medíocre, múltiplos pequenos desfechos a velocidade-relâmpago e previsibilidade nevando a potes, é "pouco, pouco!".

Valeu somente para recordar os bons velhos tempos colado à TV, devorando avidamente os episódios das duas primeiras temporadas e meia, mais temporada menos temporada, pela pinta visual de David Duchovny e Gillian Anderson, ligeiramente erodidos mas enrodilhados na mística própria dos personagens e na simbologia sexual que adquiriram, pelos olhinhos de Amanda Peet - podia morrer empalada de outra forma e aqui noutro sítio...- e pela pitada de humor, quanto a mim o ponto alto do filme, quando focam um retrato de Jorge Arbusto e passam o início do genérico (também aqui vou exigir dinheiro a mr. Carter, que já na faculdade usávamos tal sempre que as sobrancelhas do Migueles faziam a sua assombrosa aparição. Ya, ya, que se lixe lá o facto de a musiquinha ser "dele" e que se forniquem também essa escória a que chamam direitos de autor!).
Muito bom para uma hora e quarenta e cinco de película...

De X-Files a Zé-Files versão 2008

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Compreendendo a paneleirice, Parte 1

(Catacumbas, 5 de Agosto de 2008, 16:20)

Para ser sincero, directa e cruamente, nunca compreendi a fixação que muitos gajos têm por enchidos de carne viva alheios, morrendo de ansiedade por tentar deglutir os ditos ou enfiá-los rêgo acima; causa-me uma certa repulsa, até.
Já birifaifias, por outro lado, e como qualquer puto que se preze, era capaz de as mirar, incessantemente e umas atrás das outras, por horas a fio, comparando e apreciando sabiamente o aspecto global, corte de cabelo, arco venusiano, conformação labial, etc etc, e, valendo o material a pena, tocar uma valente segóvia, encharcando o umbigo e regando o bandulho. Muitas milenas de escudos gastei em navegação de internet por linha e muitas revistas e calendários pedi emprestados, usando, precavidamente, luvas de látex para manusear tais escadas para o clímax.

Claro que, a par do encantamento, vigorava também a plena noção de que ratas são orifícios bafientos, propensos à proliferação de fungos e demais bicharada, quais grutas húmidas, que tanta área quente e secretora com tamanho deficit de arejamento só pode originar viveiros-estufa, dispersores cacetais de maleitas diversas; uma atracção pelo Abismo, no fundo, pela raiz de todo o Mal.
De qualquer das formas, e racionalismos ao largo, pretendia continuar consumidor convicto de imagens e vídeos -somente, que é raro ser quinta-feira- mas, e como já deixei antever num dos testemunhos pregressos, começo a verter a velocidade-cruzeiro essa mesma vontade e encanto, temendo que, se não chegarem as férias bem depressinha ou se não se acentuarem as baldas, perca o enchimento cavernoso e esponjoso por patarecas (com os melhores cumprimentos deste novo "estágio").
Não que esteja a defender os que para dentro cagam, atenção, ou que pretenda alinhar nessas práticas maceradoras de próstata; não me é tão obscuro, contudo, o temor nauseante que alguns nutrem por tais invaginações pélvicas, farfalhudas, babonas, papilomadas, ornadas com réstias de papel higiénico bem colado, cuspindo fluídos pastosos - só lhes faltam olhos e dentes em movimentos mastigadores para que me persigam em pesadelos!

Diz o Povão que "tantas gretas vêem os ginecologistas que um dia se fartam". Permitam-me a modesta correcção: não será a quantidade já que, nestes tempos de world-wide-connections, seríamos todos abstémios de snaitas, mas sim a qualidade ou falta dela. Porque não são as consultas autênticos filmes triplo-xis em vez de uma concentração abjecta de desgraçados pedaços de bacon?

Eis-me aqui, com mais umas longas horas por diante, mantendo a tradição das urgências, afinal, escrevinhando burridades para que o voto ao desprezo e abandono, adjuvado por nada ter que/saber fazer, não se apodere da minha réstia de sanidade mental, entidade de si controversa, esmagando-a como papel, levando-me a fugir desvairadamente para o ninho de lençóis. Vão valendo adicionalmente as idas ao mijatório, permissivas ao inalar dispneico do suave perfume a colhão suado e glande ureica, lembrando os sais de cheirar dos halterofilistas, mantendo-me acordado e de pés bem assentes. Aguentarei estoicamente as quase duas mão-cheias de horas de pasmaceira decrépita que restam!

Sabeis o que vos digo? E viva Cu, senhoras e senhores!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Frase da semana #2

"És o Peter Pan da taradice e a Terra do Nunca é o degredo das caralhadas"

Parabéns, excelentíssima SS, pela fabulosa substantivação e adjectivação da minha falta de maturação. São amigas como tu que dão um empurraozinho ao ânimo todas as manhãs! Obrigado.

"Oh Sininho, assapa aqui no badalo!"

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Culto & Revival #1

Está aberta a secção de Cultos & Revivals de forma diferente da que pretendia, sem grande alarido nem estimulação visual grotesca por parte dos impulsionadores da cultura pimba portuguesa, com algo que me acompanha desde o acordar de hoje.

Os extintos SoundGarden com "Black Hole Sun"

Regresso de férias

Mudança de poiso laboral e súbita vontade de não me apresentar de calções e socas de amortecedores.
Pensei eu: "É o gerar de novas vidas, merda respeitável, quase mágica, que merece alguma deferência. Hoje vou deixar de ser um azeite da pior espécie e vou honrar a porca da bata que me emprestaram e que, no final do ano, gamarei porque gosto das cores e composição estética do símbolo."
Vesti calcinha preta sem ser de ganga, estilo velho, t-shirt grossa branca-creme com estampa de classe, calcei os Bikkembergs envernizados, aprumei na escovagem dentária e no alinhar do cabelo em direcção ao cosmos e cortei as unhacas tarrentas rentes. Até banho tomei. E perfumei sovacos e pichota.

O charme era tanto que o brilhante Sol se envergonhou e escondeu os raios por detrás das fofas nuvens com a minha aparição fora do prédio. Os olhos viravam à minha passagem, as multidões paravam em contemplação, a Entidade Pública Empresarial gelou - ou não, mas um indivíduo tem de viver um pouco nas criações mentais próprias quando tudo o resto escasseia -.

Apresentações, definição de horários e toca a fazer figura de corpo presente - e preenchedor de requisições analíticas - nas consultas.
Que há de errado com a terra do Pinhal? Grávidas de 17 e 18 anos... pela 3a vez. Uma, duas, três; que realidade é esta? Retrocesso temporal? Onde ficou a máquina do Tempo? "É o quarto que levo a termo. Mas já botei uns oito abaixo! E vou dar este a quem precise." E a máquina da inteligência mínima ou uma betoneira para lhe encher as entranhas de betão armado? Já agora, uma mangueira? Senti-me a viajar no Tempo novamente quando a primeira consultada do dia se livrou do cuecão, recordando-me o odor corrosivo do memorável episódio deste sábado passado quando vomitei copiosamente álcool e azeitonas e carne e feijão e bases de pão e massa folhada feito menino de secundário.
Para quê tanto trabalho? Até o próprio acto de criação está carcomido na sua beleza e dignidade, fruto das mudanças supersónicas que gentes e mentalidades atravessam. Não me merecem cuidados e paciência.

Amanhã regresso e, de novo, com indumentária diferente: botas de borracha e um capote de oleado para não me deixar atingir, física e imaterialmente, pela decadência e burrice eventualmente infectocontagiosa.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Meu querido mês de Agosto | Passo o ano inteiro a sonhar (MCM #3)

Poderia bem ser Marante a embalar-nos magnificamente hoje mas não será, que essa já todos muito bem conhecem -ou deveriam conhecer- e a secção de Cultos ainda não abriu. Não ficarão desapontados, estou em crer, contudo.

Nesta época do ano era obrigatório fazer uma vénia a todos os Emigrantes "champignies" que nos granjeiam a atenção auditiva com os seus melodiosos "ah pfffff, ah bon" e nos açucaram as retinas com a bela moda parisiense guettesca. Fica uma amostra do que por lá se faz em honra aos que por cá permanecem para que corados de orgulho fiqueis.

Para vosso puro deleite, "La Harissa - Menina Bonita"



Um prémio para quem aguentar ver até ao final. E outro para quem arranjar uma barbicha de chibo idêntica à do bicho que rosna...