quinta-feira, 4 de junho de 2009

Rien Faire vs Internato Complementar

Agora que estou no bem-bom, longe das glutonas e corrosivas rotinas, de escroto rafado de tanto escarafunchar com as unhacas, ataca-me, durante um dos momentos de real refastelamento, a ideia de que cedo voltarei ao trabalho: sempre ouvi dizer que vida de interno é vida de cão - não daquelas "mascotes" tipo pompons altamente irritantes que as pretensas tias teimam em utilizar para caiar a tripa quando o frouxo do estropício, a que se vêem forçadas a chamar de marido para lhe aliviarem o peso da carteira e aumentarem a carga gravítica da testa, não está ou não tem força no pedaço pecador e o leiteiro está de baixa, mas dos que têm que labutar no duro se querem o naco de pão com vinho no final do dia e não querem enfardar com o cajado pastoril por permitirem o tresmalhar momentâneo de uma amostra de ovelha - e é-o, factualmente, sem tempo para dedicarmos a nós próprios se o queremos ter, para os nossos, por mínimo que seja, albardados de trabalhos dos ditos de "encher-chouriços", aulas a dar para fazer currículo, movimentadas urgências para quebrar a rotina e a semana, estudo aos quilos que aguardam episódios múltiplos de voracidade, que tardam em chegar pois o apetite surge com residual paz de espírito e sossego de agenda, e ainda supostamente devedores de préstimo de vassalagem.
Se qualquer um dos pontos não carece propriamente de um esmiuçar ulterior, dada a acuidade do comum senso no que concerne qualquer deles, carecem todos de sabedoria que se demonstra em falta e de um dia de 36 horas, que não adquirir conhecimentos fundamentais e, mesmo assim, não dormir mais de 4 ou 5 horas por noite é desgastante física e psiquicamente e deixa-me ainda mais doido do que já sou de base.
Entra então também, no campo da loucura, leia-se, a passada escolha de especialidade que conduziu ao cognome, em jeito inicial de castiça retaliação, de "Cadeirinhas" (grande mérito na escolha, Dr. Tossinhas), que eu almejava entusiasmante, desafiante, vastamente abrangente e, assim, pouco monótona e bem distante do "botar carimbo" que a rotula, mas que, se no início me parecia ser erróneo, agora me parece, tem manhãs, cada vez mais acertado. Proporei a alteração de nickname na próxima reunião de internos para "Chapa 5", que, para além de mais frequente que prescrição de cadeiras, é menos deprimente já que, por cada trotinete que passo, tenho aos ombros o peso de mais um par de pernas da liberdade, do "eu" habitual, de autoestima, cortado. Gostava de organizar corridas com essa base, cadeiras tunadas "Macau-style", cheias de merdinhas de carbono, spoilers altíssimos, saias e jantes brilhantes, quádruplas abufadeiras do tamanho do encosto dorsolombar, pneus de baixo perfil, apoios de braços aerodinâmicos reguláveis em altura e rigidez, extractores de ar para dar o groundforce extra necessário àquela curva mais apertada... Tudo isto com apostas, para apimentar a coisa e movimentar massas. Uma espécie de 33º casino da região mas mais físico (exceptuando as verdadeiras putas, que dificilmente se distinguem, segundo consta por aí, dos abafadores de palhinha tailandeses e vietnamitas, ansiosos por mamar no berlaite por 30 dollars de Hong Kong, coisa que equivale, redondamente, a um trio de euros, isto é, perto do subsídio de alimentação português, contornando o sistema uma vez que devem comer umas esporraletes valentes durante a noite).
Isso ou ser capataz...

3 comentários:

Catsone disse...

Ó meu caro, cada um tem o que merece, mas não reclames que pelo menos ganham horas extra...

Anónimo disse...

Com tais (soberbas note-se)capacidades de escrita, adjectivação e imaginação, em nada condizem erros ortográficos...

Badmadafaka disse...

Caro anónimo, detectei um ou dois e um erro de acentuação. Subsiste algum que não capte? Cérebro desidratado em Macau e atraso-de-jacto dão nestes pedidos de muletas... :S (shame!)