Embora, historicamente, seja muito obscura a origem de Viriato, apontando-se para os Montes Hermínios, actualmente demoninados Serra da Estrela -e feudo inquestionável de Hermínio Pastor, herdeiro por direito até de nome, e, como tal, o Viriato do dias de hoje-, estando Viseu geograficamente distante de tal imponente e bela protuberância granítica, dizem os naturais da nova terrinha de acolhimento que o dito guerreiro é pertença deles e têm como costume nomear qualquer café ou latrina em homenagem - duvidosa e nada original, admita-se - ao dito personagem.
Pese não ter certezas absolutas, creio serem mais fiáveis os escritos da época ou peri-temporais que os dizeres actuais em que é moda forçosa ter algum cognome chamativo -e por vezes tão pretensioso- para o diabo das povoações ("Cidade de Viriato", "Cidade do Conhecimento", "Capital da Chanfana"... Ora foda-se, qual a necessidade de desembelezar os nomes?).
Não obstante, a minha teoria é que, omnipresente chefe, Viriato passou, de facto, muito tempo em Viseu e deixou, cobridor que era, a sua marca genética, não retirando razão total ao propalado por cá. Se não, vejamos:
-4/5 das mulheres de Viseu têm barbucha do pito até aos dentes, sinal inegável de que todas elas descendem do dito herói, infirmando em parte a teoria Darwiniana pois a selecção natural pretere as que seriam dignas do género em prol de verdadeiros camafeus mais feiosas e homens que eu próprio - para não aludir adicionalmente à densidade pilosa, bem superior à de quem teve a barba semeada num dia de vendaval, e comprimento da mesma, fazendo lembrar as rastas daqueles piolhosos pseudo-intelectuais que se pavoneiam pelas ruas das metrópoles munidos de livros subaxilares e canídeos igualmente sujos pela trela adquirida no comércio justo -, quando as pressões ambientais não são já beligerantíssimas e não é necessário que assustem os inimigos que não há;
- botando abaixo, parcial e novamente, Darwin e corroborando as teorias NeoLamarkistas, o sibilar diacónico das gentes provém, e esta ideia ninguém ma tira, de um par de pedradas que Viriato mamou, primeiro nos dentes e depois no palato, causando um abaulamento deste último e uma formação fenestrada, impossibilitando uma articulação normalizada de quase todos os fonemas e, consequentemente a este
language-impairment, a um descuido e desmazelo linguístico crescente, culminando em desairos gramaticais dignos de rivalizar com qualquer canal televisivo privado, fenótipo que proteicamente se codificou genomicamente e que se transmitiu de geração em geração, massificando-se um pouco somente, que, como havia dito já, Viriato é o pai genealógico da maioria absoluta da região;
- unhacas que, a concorrer, jamais seriam obliviadas dos records de comprimento e fungicidade do Guiness, tão comuns que são, fazem-me crer que são herança também do senhor em epígrafe, que as tinha que ter bem fortes para cortar o coiro às cabritas de forma a fazer fisgas e fundas e para "ceifar" giestas aquando do final das belas cagadas no mato com que, por certo -já o ouvi ao grande historiador salazariano Hermano-, fecundava de húmus e amor as terras de cultivo, tornando-as ricas e produtivas. E também mais castanhas.
Assim, e avaliando pelo sucintamente descrito, atrevo-me a alvitrar que Viriato foi, de facto, assassinado com exímia e nenhosa perícia mas não por guerreiros próximos dele, subornados pelos intermediários de Roma: uma de suas rameiras -vulgo, mulheres- com o cio e ciosa de todas as súbditas viriatizadas, decidiu, certa noite, saltar-lhe para a garupa de hipertrófico clitóris em riste e perfurou-lhe o lombo borbulhento, seccionando-lhe a medula e impossibilitando-o de fazer a única coisa que mais prazer que apedrejar romanos e insultá-los com aquele sotaque tão típico lhe dava - dar ao cajado ou badalo. E assim, despojado de sentido na vida, morreu quase imediatamente.
Eternizou-se, manifestamente, o seu legado e com ele convivo diariamente, tentando manter um olho no lombo e outro no cu, não vá alguma raivosa rameira falhar o alvo em direcção a sul, e um não-contágio palatino, dando graças, contudo e paralelamente, por uma tão estreita ligação com as origens de um hemi-Portugal.
Tantos por cá te honram